domingo, 29 de abril de 2007

ODIAR É AMAR

Seu humor não faz tanto sucesso no Brasil como nos EUA, e acreditem, é verdade. E seus melhores trabalhos foram fracasso de publico, já que os que o ignoram perderam a chance de ver sua versatilidade e os que curtem suas caretas não entenderam direito.

Começou ainda nos anos 80 como coadjuvante em produções esquecíveis e que nem merecem ser citadas. Teve sua primeira grande chance com o péssimo “Ace Ventura”, sucesso nas locadoras , alvancado pelo ótimo “O Maskara”. As caretas de Carrey, aliadas aos incríveis efeitos visuais ficaram perfeitas, lembrando os clássicos desenhos de Chuck Jones. Acertou novamente com “Deby & Loide”, onde foi comparado com o genial “Jerry Lewis” (um exagero é claro) , mas foi repetindo-se até cansar.

A crítica sempre o esnobou, até que, surpresa, apareceu o brilhante “O show de Truman” de Peter Weir. Carrey casou perfeitamente com o papel. Tantaram vender ele como um ator dramático, mas Carrey está mais engraçado do que nunca, apenas contido e bem dirigido, mas nada sério.
Milagre mesmo veio com o seguinte , a cinebiografia “O Mundo de Andy”, do genial Milos Forman (Um Estranho no Ninho, Hair). Desta vez sim, Carrey está em seu melhor papel. Irreconhecível, contido como nunca, sem caretas. Carrey literalmente mergulhou no papel, convincente como nunca. Quem teve a chance de conhecer o verdadeiro Andy kalfman ficou de boca aberta com a semelhança. Carrey provou que pode ser um bom ator .

Mesmo com os sucessivos fracassos de bilheteria tentou mais uma fez com o “bonito pero mediocre” Cine Majestic. Tanto a crítica , quanto o publico o ignorou.

Ele precisava novamente de um sucesso e foi com o seu pior filme até agora (Ok, ok, pode ser exagero) que ele conseguiu. “Todo Poderoso”, dirigido pelo mesmo diretor de “Ace Ventura” (pelo menos um diretor coerente). Pão e circo para as massas.

Mas Jim não desistiu e aliou-se ao jovem diretor Michael Grody (A Natureza Humana) e ao inventivo roteirista Charles Kaufman (A Natureza Humana) para o grande “Brilho Eterno de uma Mente sem lembranças”. Naturalmente foi outro fracasso de público, mas estes perderam a chance de ver um belo resultado, uma ode ao amor e o trabalho mais bem acabado de Kaufman. E Jim em seu melhor papel, num filme inteligente e “estranho” para os mais acostumados à babas hollywoodianas , que de tempos em tempos dá uma dentro.

É um fenômeno estranho esse Jim. Pena que seu tipo de humor afaste certos expectadores que certamente se deliciariam com esses trabalhos e faz com que escutemos pérolas como “eu gosto dos filmes dele, mas esse é horrível”, que saem da boca do público menos qualificado.

Um comentário:

marcel disse...

A propósito, Peter Weir tem feito bons filmes? gostei do "Show de..."