domingo, 29 de abril de 2007

Listas que amamos odiar

Se é impossivel fazer uma lista dos “melhores” que agrade a sí próprio, imagine então agradar aos outros. Fazer listas é ao mesmo tempo algo delicioso quanto inútil. Ela logo vai ser superada. Tentar colocar em ordem de melhores então nem se fala.

Na minha infância eu poderia listar sem dúvida nenhuma a triologia Guerra nas Estrelas , os Indiana Jones, De volta para o Futuro, Superman, Fúria de Titãs, O enigma da Pirâmide, Em algum lugar do passado (pode acreditar), Os Goonie, Gremlins e A hora do Pesadelo.

Depois veio a problemática adolescência e a fase Stephen King e Kevin Costner (atire a primeira pedra quem não vibrou com “Os Intocáveis”, “Fandango” e “O Campo dos Sonhos”). Qualquer porcaria do Stephen King que chegasse na locadora era saudada. It, Cujo, Cemitério Maldito, Tommyknockers, Sonâmbulos.

Depois veio a fase marginal. Pulp Fiction, Laranja Mecânica, O Iluminado, Trainspotting, Brazil (por algum tempo o meu favorito), Taxi Driver, Coração Satânico, O Poderoso Chefão, Fargo. Esta fase ainda está bem presente nas minhas lista.

Um tempo depois descobri o prazer de ver filmes do Woody Allen e Hitchcock. Foi uma mudança bem radical para quem curtia pouca comédia e quando do nível de “Quanto mais idiota melhor”, “Top Gang” e aí por diante (um Mel Brooks aqui outro alí, Os Monthy Phyton, Peter Sellers salvavam minha moral).

Com o tempo fui descobrindo Felline, Antonione, Orson Wells, Truffaut, Kurosawa, Gus Van Sant, Pasoline, Monicelli, Dario Argento, Walter Hugo Khouri, Frank Capra, Almodóvar, Robert Altman, Hector Babenco, Ingmar Bergman, Luis Buñuel, Charles Chaplin, Jean Cocteau, Coppola, George Cukor, Michael Curtiz, Vittorio De Sica, Stanley Donen, Serge Eisenstein, Rainer Werner Fassbinder, Marco Ferreri, John Ford, Billy Wilder, jean Luc Godard, David W. Griffith, John Huston, Elia Kazan, Krzysztof Kielowski, Fritz Lang, Spike Lee, Sergio Leone, Louis Malle, George Mélies, Murnau, Nagisa Oshima, Sam Peckipah, Alain Renais, Roberto Rosseline, Nelson Pereira dos Santos, Martin Scorcese, Steven Soderbergh, Jacques Tati, Luchino Visconti, Lars Von Trier, ZhangYimou, Ang Lee, Takeshi Kitano e tantos outros.

Fica portanto hoje difícil de conciliar tantas fases distintas com o que vi até agora. “Guerra nas Estrelas” pode não ser tão bom quanto um “Morango Silvestres” por exemplo, mas como excluí-lo de uma lista minha, tamanha a importância dele quando era pequeno. Sob esse mesmo ponto de vista, se eu olhar apenas friamente, alguns filmes que me marcaram nunca entrariam em uma lista séria, como é o caso de “Os Goonies”, “Brazil”, “Fúria de Titãs”... “Cidadão Kane” tem de estar na frente, mas eu prefiro “Casablanca”. Hitckcock e Billy Wilder monopolizariam a lista. Como decidir entre “Quanto mais quente melhor” e “Se meu apartamento falasse”, “Um Corpo que Cai” e “Intriga Internacional”, sem falar que sou grande admirador de “Rebecca”.

E os Bogarts ? E “Pacto de Justiça”, “Laura”, “Crepúsculo dos Deuses”, “O Segredo das Jóias”. Fora o carinho especial que tenho por “American Graffiti”. Não estaria na lista dos melhores de ninguém mas, quem viveu os anos 80 pode até esconder, mas “Porky´s” foi importantíssimo.

Bem, acho que vou ficar com os do Kevin Costner.

Nenhum comentário: