sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O Mensageiro do Diabo



The Night of the Hunter, do Charles Laughton é um dos mais maravilhosos filmes já realizados.

Charles Laughton , ator consagrados por inumeros papéis, como O Corcunda de Notre Dame, Testemunha de Acusação, A vida Privada de Henrique VIII (pelo qual ganhou um Oscar), Spartacus , O Fantasma de Canterville, Os Miseráveis, O Grande Motim, entre muitos outros.

Infelizmente Charles dirigiu apenas um filme, mas .... que Filme !!!

É simplesmente um filme unico. Não dá para ser comparado com mais nenhum outro filme. Uma fotografia primorosa.

É dificil colocar em palavras o que é esse filme. Uma mistura de Expressionismo alemão, com cinema inglês em um filme americano.

Abaixo algumas fotos do filme para quem ainda não se convenceu









SEMANA CINÉFILA

Na verdade foi um pouco mais de uma semana , onde me dediquei a assistir há algumas fitas antigas que relaciono abaixo:

1- Fausto de F.W. Murnau
2- Solaris , Tarkoviski
3- Diário de uma Perdida
4- Eu fui a Secretária de Hitler
5- A Queda
6- Sete Mulheres , de John Ford
7- Jezebel , com a Betty Davis
8- Almas em Leilão, do Jack Clayton
9- Os Inocentes , do Jack Clayton
10- Soberba , do Orson Welles
11- O Retrato de Jenny

12- Nada é Sagrado
13- De repente no Ultimo Verão
14- Xeque Mate
15- Intacto
16- A Mundana








17- Aventura na Martinica , com o melhor ator que já pisou em Hollywood
18- Cinco Covas no Egito, do Billy Wilder
19- A Montanha dos Sete Abutres , do Billy Wilder
20- Testemunha de Acusação , do Billy Wilder
21- O Pássaro Azul , um clássico da Sessão da Tarde (e não aqueles do John Hughes)

22- Ninotcha, com roteiro do Billy Wilder e Greta Garbo
23- Rainha Cristina, com aquele belo final , com a Greta Garbo
24-Rastro de Ódio
25- Irtelúdio, do Hitchcock, o verdadeiro, com um Rio de Janeiro falso
26 - Aconteceu naquela Noite, a primeira gde comédia romântica
27- Pretty Baby, do Louis Male
28- Os Amores de Carmem
29- Gilda
30- Uma Viuva em Trindad
31- Transformers (fazer o que né ?)
32- O que terá acontecido com Baby Jane ?

34- Com a Maldade na Alma
35- O Mensageiro do Diabo (um dos filmes mais fantásticos já realizados,quem não viu...)
36- Cartas de Iwo Jima (enfim , um filme do Clint Eastwood que faz juz a reputação)
37- A Conquista da Honra (valeu a intenção, mas ô elenco fraco)
38- O Passageiro: Profissão Reporter , do Antonioni
39- Fanny e Alexander , do Bergman
40- Morangos Silvestres , do Bergaman
41- Gritos e Sussuros , do Bergman
42- Blow Up, do Antonioni

Deve ter tido outros no meio, mas sinceramente por enquanto não lembro


E uma constatação...Podem falar de qualquer atriz atual, mas nenhuma bate em beleza e talento qualquer uma daquelas dos anos de ouro de Hollywood.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Cinema em Luto

Essa semana não poderia começar pior,

Já não bastasse a morte de Ingmar Bergman na segunda, morreu hoje Michelangelo Antonioni, simplesmente 2 dos maiores gênios que o mundo das artes já conheceu.

Não há muito o que falar dos dois, basta ver a extensa lista de obras primas que ambos colecionavam.

Bergamn não dirigia cinema desde 1982, qdo seu "Fanny e Alexander" ganhou o Oscar de filme estrangeiro. Continuou apenas como teatro, sua grande paixão.

Antonioni apesar de ter sofrido um derrame continuava na ativa , com a ajuda de outros diretores, como o caso do belo "Além das Nuvens" onde Win Wenders (num ato de humildade raro em um cineasta de seu porte) submeteu-se a ser apenas o porta voz das idéias de Antonioni e o ajudou a desenvolver o filme.

E aos poucos os grandes gênios que ainda estavam vivos estão dando lugar aos vários picaretas que dominam a industria de hoje.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Você Devia Jogar Basquete (You Should Play Basketball)

Mais um video engraçadíssimo do Ronald Rios , da badalhoca Pictures, que merece ser visto. VocÊ nunca ouviu falar de Ronald Rios ? Não importa. Clique ai embaixo e não faça perguntas.

E Também vale a pena ver novamente depois e ficar prestando atenção nas legendas em Inglês.




O Fernando e o Valdemar devem se indentificar.

Ah ! O Trailler já é um clássico por sí só.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Trilhas Sonoras

Abaixo uma relação de algumas trilhas sonoras que merecem estar na sua coleção:

Amelie Poulan
Akira
Arquivo X (Musicas inspiradas na série)
Arquivo X - O Filme
Alta Fidelidade
Aviador , O - parte 1
Aviador , O - parte 2
Angels in AméricaAlbergue Espanhol, O
Alien
Alien, o Resgate
Alien 3
Alien x Predador (só porque tá postado os outros)
As Aventuras do Barão de Munchausen (senha:Blue)
Amadeus (senha:KKDLAND)
Antes do Por do Sol
A Praia
Amnésia - parte 1 - parte 2
Alpha Dog

Depois eu cologo os filmes com B - Dá muito trabalho.
Espero que gostem

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Extermínio 2

Confesso que me decepcionei quando vi que a continuação do ótimo "Extermínio" (28 days Later) não era novamente assinada pelo Danny Boyle (Trainspoting, Cova Rasa, A Praia, Caiu do Céu) e sim pelo espanhol Juan Carlos Fresnadillo , diretor do ótimo "Intacto" e de "Psicotaxi" (com o Alejandro Jodorowsky - leia a entrevista de Diego Medina para mais informações).


Enfim, foi apenas uma desilusão passageira, já que nos primeiros minutos o diretor já diz a que veio e confirma a ótima mão que "Intacto" já demonstrava. A continuação de "Extermínio" consegue imprimir a mesma marca pop do anterior, boas musicas e muita tensão.


O filme anterior chamava-se "28 dias depois", onde ativistas da PETA (Ou alguma organização com fins semelhantes) invadiam um laboratório de animais e libertavam uns macacos infectados com um novo vírus , de contágio imediato, onde as pessoas tornavam-se agressivas e ultra-rápidas. A personagem de Cillian Murphy , sujeito que estava em Coma, acorda 28 dias depois a esse fato e sem saber o que aconteceu, encontra uma Londres desolada. Não demora muito para ele se reunir a um grupo de sobreviventes e assim procurar um novo refugio.

O novo filme chama-se "28 semanas depois" e não trás nenhum dos atores do original, por isso se você não assistiu o primeiro não se preocupe. Só é necessario saber que o virus foi espalhado e que o anterior termina com a chegada dos militares americanos na Inglaterra.

Já na primeira cena encontramos o protagonista , interpretado pelo ótimo Robert Carlyne (de Trainspotting, A praia, Uma canção para Carla, Formula 51) , que há tempos estava sumido dos blockbusters (a não ser o horroroso Eragon , mas é melhor esquecer) , junto com sua esposa e um grupo de sobreviventes, isolado em uma casa de campo. A tensão é crescente e não demora para a casa ser invadida pelos infectados , forçando a volta para Londres.

Não vou entrar em mais detalhes. Basta dizer que é um filme bastante Tenso, com uma ótima trilha sonora , que casa perfeitamente com a excelente e segura direção de Fresnadillo , em ritmo de videoclipe (mas sem aquele chato ranço MTV). E novamente, o Exército aqui parece mais desajustado do que os infectados.
Claro que o filme trás algumas passagens um pouco forçadas , em especial na cena do helicóptero no Campo (curiosamente igual a uma cena do "Planet Terror" do Rodrigues, só que com resultados diferentes) e na figura de Carlyne (que não posso entrar em detalhes, para não revelar demais), mas no final o saldo é positivo e satisfatório , diferente das centenas de filme de terror americanos que invadem as telas (alias , este é um filme Inglês).

Não é necessário ser fã de Terror para curtir esse misto de Horror, Drama e Ficção Científica, embora deva alertar que é cheio de Gore (ou seja cenas Sanguinolentas , exageradas e consequentemente fortes) que irão levar ao delírio os fãs do gênero.

O filme ainda trás , além de Carlyne , Rose Byrne (Maria Antonieta, Star Wars II, Casanova e Sunshine do Danny Boyle), Jeremy Renner(Os reis de Dogtown) e a linda Imogen Poots (o nome é esse mesmo, ela foi a Valerie jovem e V de Vingança).

Uma boa diversão com um roteiro inteligente e cheio de irônias. Quem procura um pouco de adrenalina não vai se arrepender.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

RUBENS EWALD FILHO

Rubens Ewald Filho é o Crítico mais conhecido do Brasil. E consequentemente o mais odiado. Impossível não fugir da citação de Nelson Rodriguês e ressaltar que "toda unanimidade é burra", portanto nada mais justo. Mas Rubens escreve com propriedade de quem entende do assunto, afinal é toda uma vida dedicando-se ao assunto . Ele viu de perto grandes mitos do cinema e não é não é preciso muito para perceber que o Cinema está cada vez mais em crise de criatividade e que os filmes cada vez mais decepcionantes.

Rubens já trabalhou em vários veiculos de comunicação como a Globo, HBO , Veja, Folha de São Paulo, UOL, mantem um site sobre cinema e está lançando seu novo Guia de DVD 2007, o único do país, e o seusexto lançamento do gênero (foi a primeira publicação mundial dedicada a DVD). As criticas de Rubens são geralmente bem-humoradas e cheia de detalhes e explicações. Um verdadeiro guia para cinéfilo, feito por um cinéfilo, que já assistiu mais de 25.000 títulos. O guia pode ser encontrado no site www.2001video.com.br

Rubens foi também roteirista (Erámos Seis, Iaiá Garcia, entre outros e participou de alguns filmes como ator (Independencia ou Morte, o maravilhoso e injustiçado "Amor Estranho Amor"), mas decidiu não "misturar" mais as coisas.

Abaixo uma entrevista que fiz recentemente com ele:

1- Você está lançando um novo livro nesse momento, o seu vigéssimo. Você também foi o pioneiro em lançar guias de DVD, e agora é o seu sexto guia no gênero em 7 anos. Em um pais como o Brasil, já conhecida todas as dificuldades para lançar livros de quaisquer genero, como é a receptividade para um livro desde tipo ?

É DIFICIL E CONTINUA DIFICIL, TIVE OFERTA DE EDITORAS MAS IRIA GANHAR CINCO POR CENTO DA CAPA E CEDERIA TODOS OS DIREITOS, O QUE NAO ME INTERESSAVA. ACABEI COMO EDIÇÃO DO AUTOR. AJUDADO POR ANUNCIOS QUE FELIZMENTE VAO COBRIR PARTE DO CUSTO E MANTER O PREÇO BAIXO. E OLHA QUE O LIVRO TEM VENDIDO BEM, SEMPRE ESGOTANDO , POR EXEMPLO O ANTERIOR ACABOU SUA EDICAO QUE SEMPRE GIRA EM TORNO DE SETE OU OITO MIL. O QUE ME ANIMOU FORAM OS EMAILS DE GENTE PEDINDO DE TODO O BRASIL, MUITO MAIS DO QUE EU PENSAVA... FORAM ESSES LEITORES QUE NO FUNDO ME AJUDARAM A RESOLVER A CONTINUAR.

2- Qual o último filme que vc viu que te fez acreditar novamente no Cinema ? Em que aspecto ?

O FILME JAPONES QUE ESTA NO CINE SESC , ME DEU ENORME PRAZER ... Escola do Riso (de Mamoru Hoshi .Warai no Daigaku, Japão, 2004) ...duelo entre censor e autor teatral super inteligente, brilhante...e fala tudo sobre importancia da comedia, da liberdade etc e tal.. Ainda mais agora que estao tentando ressuscitar a censura, agora vinda da esquerda que no fundo é tao burra quanto a Direita.

3- Cannes cada vez mais parece estar perdendo a força , assim como aconteceu com o Oscar. O que vc achou da escolha de " 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" (4 luni, 3 saptamini si 2 zile), do romeno Cristian Mungiu. Qual o seu favorito esse ano ?
Nao fui a Cannnes nem quero ir mais... Me cansei depois de 23 festivais seguidos.. nao gosto do festival mais. cansei de ver filmes ruins e premiarem bobagem.

4- Gus Van Sant também recebeu um prêmio "conjunto da obra". Embora de carreira irregular, o que você acha do diretor e do novo filme "Paranoid Park" ?
Irregular é a palavra gentil.Não vi esse , mas quem refilmou psicose daquele jeito nao merece perdão. O anterior dele (Last Days) era horrivel e ninguem ousou dizer.

5- Já é conhecido seu repúdio por filmes violentos e embora vc tenha gostado de Kill Bill, qual foi sua reação ao novo "Deat Proof" de Tarantino, assim como o "Planet terror" do Rodrigues , a segunda tentativa dos dois no gênero após o chatinho "Um Drink no Inferno" ?
Esses eu vi.. são trash asssumidos e estanhamente preferi o do rodriguez que é mais assumido, mais rapido.. o do tarantino tem muita conversa fiada.. papo besta.. e alguns momentos de ação legais.. mas o fato é que essa é a cabeça dos dois.. são trash mesmo, e daquela fonte nao sai nada mais.

6- Existe algum diretor que vc acompanha e sempre espera seu proximo trabalho ? Quais os títulos que você mantem alguma expectativa para este ano
Ih, esta ficando dificil...acho tudo muito fraco..Aqui gosto do Scorsese, do Frears, dos chineses,dos coreanos (ao menos alguns)... não perdi toda a esperança ainda, eheh.


7- Como começou sua paixão por cinema ? Você se lembra do primeiro filme que assistiu , ou quem sabe a primeira lembrança do tipo ?
DESDE CRIANÇA... SEMPRE CONTO A HISTORIA DE MNINHA INFANCIA INFELIZ, REPRIMIDA QUE ERA MEIO HISTORIA SEM FIM, PORQUE LIA MUITO E A ROSA PURPURA DO CAIRO, O CINEMA , ERA A FUGA ...O PRIMEIRO FILME FOI "TARZAN E AS SEREIAS" COM JOHNNY W WEISSMULLER.

8- O cinema é cheio de mitos. Você conviveu de perto com vários deles e com certeza tem uma visão diferente da maioria das pessoas. Mesmo assim, cite um ator ou atriz que você entrevistou e que achou que trouxesse realmente um brilho especial.

KIM NOVAK ERA MUSA DE MINHA INFANCIA E AINDA TINHA TODA O CHARME, SEDUCAO DE ANTES...FOI INESQUECIVEL...LIV ULLMAN ERA TODA A INTELIGENCIA QUE TRANSPARECIA NOS FILMES E LIVROS.
DEPOIS TODAS AS MUSAS DA METRO DE MINHA INFANCIA
EU PRATICAMENTE CONSEGUI ESTAR COM ELAS, ALGUMAS DESMISTIFICANDO ... OUTRAS CONVIVENDO DE PERTO, EM GERAL NAS CASAS DELAS... O QUE FOI UMA EXPERIENCIA INCRIVEL...

9- Da maneira contrária, cite algum caso que o desiludiu.

NAO ESPERAVA MUITO ... MAS COMO A MAIOR PARTE DAS PESSOAS, KEVIN COSTNER ME PARECEU PRETENSIOSO E CHATO... NAO A TOA QUE A CARREIRA DELE FOI PARA O BURACO...E SCHWARZERNEGGER ERA FALSO E MENTIROSO, SÓ PODIA SER MESMO POLITICO, NA CAMERA ERA UMA SIMPATIA, DESLIGAVA A CAMERA VOLTA A SER FRIO DISTANTE, E COM SEGURANÇAS TE IMPEDINDO DE CHEGAR PERTO.

10- Em todos esses anos o sistema mudou muito. O glamour hollywoodiano , embora presente é completamente diferente do que nos anos de ouro, ou basicamente quase inexistente. Você consegue ainda ver ainda algum resquício do mesmo em algum ator/atriz da atualidade ? Caso negativo, quando foi que você notou essa mudança ?
MUDOU SIM E PARA PIOR.. CANNES AINDA TENTA MANTER ALGO COM O SMOKING E GALA OBRIGATÓRIO TODAS AS NOITES,.. POR ISSO NAO ACABOU AINDA...MAS ESTA DISTANTE DO QUE FOI .. ELEGÂNCIA E FINESSE SAO COISAS ESQUECIDAS.. NA VERDADE TAPETE VERMELHO É COISA QUE SÓ EXISTE PARA A REVISTA. AO VIVO É UMA MENTIRA E PIADA...AO MENOS VOLTARAM MULHERES BONITAS (NOS ANOS 80 HAVIAM SUMIDO TANTO QUE TIVERAM QUE INVENTAR AS SUPER MODELS) AGORA AO MENOS TEMOS HALLE (Berry), CHARLIZE (Teron), ANGELINA (Jolie) , VÁRIAS..MENOS MAL.

11- Fora o seu site (www.cinemacomrubens.com.br) e seus livros, você atualmente colabora com mais alguma publicação ?
SIM. MAS NAO GOSTO DE FICAR DIZENDO, EHEHEH

12- Filmes como "Piratas do Caribe 3" , "Homem Aranha 3" e demais Blockbusters do gênero cada vez mais se preocupam com os efeitos visuais (ótimos por sinal, nem vem ao caso). Isso já ocorre em Hollywood há anos, mas ultimamente parece que cada vez mais os diretores estão se preocupando demais com essa parte e esquecendo de enxugar os roteiros, tornando os filmes cansativos e confusos. Mesmo assim, várias publicações louvaram ambos os filmes, ignorando tudo de ruim que os mesmos trazem. É uma nova geração que está por trás das críticas hoje. Falta mais bagagem adquirida dos mesmos ou apenas uma nova visão, fruto dessa geração criada entre quadrinhos e videogame (que alias eu faço parte , mas procuro separar um pouco as coisas). ?

OLHA NAO CULPO A GERACAO NOVA , MESMO QUE MAL INFORMADA...FALTA HISTÓRIA, INFORMACÃO.. SABEM POUCO E NAO QUEREM SABER MAIS, PORQUE TUDO ESTA A DISPOSICAO...NAO ERA COMO MEU TEMPO ONDE VOCE TINHA QUE CORRER ATRAS DA INFORMACAO, DOS FILMES ANTIGOS.. NADA SE FAZ SEM HISTORIA..
E SE PERDE NOÇÃO DAS COISAS... O CINJEMA DE ARTE HOJE EM DIA TENHO ACHADO MUITO FRACO..TAMBÉM.. TENHO VISTO MUITA BESTEIRA E CADA VEZ MAIS ME IRRITA ESSA AFETACAO DE FICAR ELOGIANDO MERDA.. SÓ PORQUE ACHAM QUE DEVEM...POR ISSO TENHO IDO CONTRA CANNES.. AGORA OS BLOCKBUSTERS É MESMO EUFORIA INICIAL, INGÊNUIDADE...EU NA VERDADE NAO GOSTEI NENHUM DOS TRÊS (PIRATAS DO CARIBE) E ODIEI SHREK POR SER TÃO FRACO...FICOU LOUCO ,EHEH, OS OUTROS ESTÃO FAZENDO MÉDIA.. A INDUSTRIA TEM QUE SOBREVIVER... MAS ELES SAO DESCARTAVEIS...


13- Vem aí, um novo "Indiana Jones", feito pela dupla que revolucionou o gênero décadas atrás. O que você acha que dá para esperar dessa volta depois de mais de 18 anos , ainda mais depois do que Lucas fez com Guerra nas Estrelas ?
ESPERO QUE LUCAS DEIXE O SPIELBERG TRABALHAR E NAO ATRAPALHE DEMAIS, EHEH COMO FEZ NO STAR WARS PRIMEIRO, OU RECENTE, QUE ERA MUITO FRACO .. E HARRISON VELHO TAMBEM NAO É RECOMENDACAO.. PERIGO PERIGO!!! CONNERY TAMBEM AUSENTE É PROBLEMA.. OU SEJA, VAMOS VER... NAO CRIEM EXPECTATIVA.. ISSO É BESTEIRA,. NAO GOSTO DE ESPERAR NADA PORQUE SEMPRE SE DECEPCIONA.. CASO A CASO A GENTE VAI DESCOBRINDO ,EXPECTATIVA É PARA ADOLESCENTE QUE AINDA NAO SABE NADA DA VIDA.

14- Cite alguns filmes que mesmo com imperfeições, que dificilmente incluído na lista de melhores e que dificilmente sobrevivendo à uma visão crítica , te encantou de alguma forma ?

FELIZMENTE TEM MUITOS. ADOREI A ESCOLA DO RISO, GOSTEI DO NOME DE FAMILIA, CURTI PREMONIÇÕES COM TODOS OS PROBLEMAS, TENHO CERTEZA QUE VOU GOSTAR DO KNOCKED UP ("ligeiramente Grávidos" novo filme Judd Apatow, diretor de Rick e Bob - a toda velocidade , O Virgem dos 40 anos e o Âncora),GOSTEI MUITO DO VIRGEM DE 40 ANOS...EHEH ,GOSTO MUITO DO WILL FERRELLL E BORAT FOI BÁRBARO... OU SEJA, ATÉ QUE NÃO ESTOU TÃO CONTRA O CINEMA COMERCIAL.. AH, SMOKING ACES ("A ultima cartada" comédia de humor negro dirigida por Joe Carnahan, diretor de Narc, com Ben Afleck e várias estrelas) TINHA COISAS BEM DIVERTIDAS..DEVO ESTAR ESQUECENDO MUITOS, PERDOE.

15- Ultimamente os seriados americanos estão cada vez melhores e curiosamente mais ousados que o cinema, principalmente os da HBO. Bons roteiristas como Alan Ball desenvolvem bons projetos para a Televisão e séries como Sex and The City e Big Love tratam de Sexo de uma maneira bem mais divertida e aberta que muitos filmes por aí . Você acha que essa facilidade que a televisão está tendo para desenvolver melhor seus projetos se deve a que fato ?
PRIMEIRO OS SERIADOS SEREM FORAM BONS E QUE NãO PASSAVAM AQUI E A GENTE NÃO FICAVA SABENDO, NÃO TINHA ACESSO... FORAM FICANDO MAIS ADULTOS... MAS SEMPRE TIVERAM ATORES BONS, BONS TEMAS...DIVERSIDADE... SÃO OS FILMES B DO PRESENTE, SENDO QUE B É ORÇAMENTO E NÃO QUALIDADE...A HBO TEM COMO LINHA FAZER SÉRIES MAIS ADULTAS E CONSEGUE FAZER ISSO MUITO BEM, EMBORA NAO TENHA CURTIDO ROMA...E AGORA O CHEFE DELES TENHA SIDO MANDADO EMBORA...ENTÃO NÃO ACHO QUE SEJA AGORA, SOMOS NÓS ATRASADOS QUE DESCOBRIMOS FAZ POUCO COM A TV POR ASSINATURA E A PIRATARIA ,EHEHEH

16- Você principalmente com o seu livro deve ter de acompanhar várias séries. Tem alguma que te agrada em especial, e outras que você considera um lixo e contraria o senso comum ?
TENHO VISTO PRATICAMENTE TODAS EM DVD.. E SEMPRE ALGUNS CAPITULOS DE TODAS INDICADAS PARA PRÊMIOS... GOSTO BASTANTE DE QUASE TUDO...SINTO FALTA DE MAIS COMEDIAS .THIRD ROCK COMEÇOU BEM MAS PARECE QUE CAIU BASTANTE, OFFICE AO CONTRARIO FOI MELHORANDO...ME ABORRECI COM LOST E HOUSEWIVES, AINDA GOSTO DAS MÉDICAS E SOU FÃ DA KATE HEIGL (de Greys Anatomy e também do já citado Knocked Up) EHEHEHE KATE WALSH (Grey's Anatomy) TAMBéM . ACHO AS PESSOAS, ATORES E ATRIZES MAIS BONITOS NA TEVE DO QUE NO CINEMA, POR QUE SERA?

17-Fale um pouco sobre sua experiência como ator e roteirista. Imagino que você não gostou muito de misturar as atividades (critico x ator), mas fale um pouco disso. E flando nisso, eu particularmente gosto muito do filme "Amor Estranho Amor" que infelizmente é mais lembrado pelo fato de ser o filme proibido da Xuxa, e muitos falam mal do filme sem ter visto, somente pela polêmica. E você , o que acha desse filme em particular ?
Eu tentei fazer cinema quando mais jovem.. aprendi a ser ator, assistente, roteiro...Mas era uma época ruim onde voce tinha que fazer pôrnochanchada ,e assim, acabei na televisao escrevendo novelas.. o que foi legal...
Nunca quis ser ator, fiz o filme do khouri por amizade...e não acho que estou ruim.,.. mas achei que o público não me aceita fazendo outra pessoa.. então quando me chamam para fazer "Eu", para brincar comigo mesmo eu até topo.. como fiz no curta "manual para atropelar cachorro"(Curta de Rafael Primo, com Zezé Polessa, Ary França e Bárbara Paz, sobre um jovem cinéfilo solitário) ...mas não de outra forma..
Achava tambem que nao era Ético críticar e fazer cinema.. entao sempre recusei.. por isso e pela necessidade de fazer algo mais criativo , que hoje eu dirijo teatro ,estou com duas peças em cartaz em SP no momento e ambas vão bem, cada um do seu jeito, "Querido mundo" (escrita por Miguel Falabella e maria Carmem Barbosa, com Maximiliana Reis e Jarbas Homem de Mello) como comedia,e "Hamlet Gasho" (uma releitura budista e conteporânea da obra de de Shakespeare) como experimental (no Satyros 2).
Ah, eu gosto do filme do khouri, acho dos melhores dele (digo amor estranho amor).

18- Para finalizar, tem alguma coisa que você gostaria de comentar e não teve oportunidade, algum recado que queira deixar para os leitores ?
TEM MUITA...EHEH ,EU GOSTO DE TODO MUNDO QUE É FÃ DE CINEMA... NÃO CONSIGO FICAR CONTRA QUEM GOSTA DE QUADRINHOS, OS TREKKIES, PARA MIM SAO IRMÃOS DE FÉ...ACHO QUE ESSA IDOLATRIA TEM TUDO A VER COM O QUE EU FIZ A VIDA TODA ,EHEHE, E POR MIM ,NÃO VOU JOGAR PEDRA NO TELHADO ALHEIO...
SE O CINEMA E MESMO A TEVE DESPERTAR ESSAS PAIXÕES PARA MIM É UMA COISA QUE ME AGRADA E ADMIRO. PEDIRIA AOS FÃS POREM CABEÇA ABERTA...NAO SEJAM RADICAIS, HEEHH ,FIQUEM ABERTO A TUDO, SEM PRECONCEITO... O LEGAL DO CINEMA É QUE TEM DE TUDO PARA TODO MUNDO... É UMA JANELA ABERTA PARA ENTENDER O MUNDO E A GENTE MESMO. OBRIGADO.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

No Fim do Mundo (ou pelo menos deveria ser)




Quando fui no ano passado assistir ao segundo filme da série Piratas do Caribe não esperava nada demais, pois já tinha odiado o primeiro. O fato de chegar atrasado no Cinema e ter que sentar no chão para não ter que esperar por outra sessão também não ajudava muito. E como dificilmente mudo de opinião, até que surpreendi por ter gostado do filme. Apesar de alguns aspectos mal resolvidos foi uma grata surpresa, afinal , o mínimo que esperamos de um filme pipoca é diversão. E isso o filme trazia.

Um ano depois, mesmo já me esquecido de vários pontos da trama anterior , fui enfim ver a conclusão dessa primeira trilogia da série. Mas o raio não caiu duas vezes no mesmo lugar. Não que esperava muito, ainda mais de um filme dirigido pelo Gore Verbinski (O chamado 1 e 2 , um Ratinho encrenqueiro), mas não esperava que fosse pior que o primeiro.


De cara, é um filme muito chato ! Se no segundo as criticas eram da excessiva duração ,que particularmente não me incomodou, pois o filme trazia humor e boas doses de ação (algo bem Indiana Jones, bem feitas) nessa terceira (e confusa) parte pode se dizer o mesmo, mas sem as atenuantes das cenas e do humor.

O filme é muito mal dirigido. Verbinski é um pessimo diretor. Não sabe como editar uma cena e não consegue trasmitir nenhuma emoção em vários momentos e me parece mais preocupado com os efeitos especiais do que outra coisa (deveria tomar aula com Spilberg ou Peter Jackson). Até a fotografia as vezes é mal usada, azulada e com excesso de informações em cena, tornado tudo muito confuso.

Confuso aliás é o roteiro. Se no começo do filme ainda temos a motivação de ver o resgate da personagem de Johnny Depp , depois que o mesmo ocorre, mais ou menos em meia hora de filme, não se sabe direito para que torcer no filme. Muitos personagens em cena, quase nenhum deles com motivações claras e as ridículas traições soam foradas ou feitas só para "encher linguiça" (e olha que nem precisaria disso em um filme de mais de duas horas e meia de duração).

Claro que o filme acerta em alguns momentos, como a cena de delírio do personagem de Jack Sparrow e a batalha de navios final, mas já é tarde demais para isso. E a personagem Calipso (apesar de uma cena bem feita qdo ela é invocada no final) é totalmente desnecessária á trama. Ficaria melhor se fosse no segundo filme, onde a história estava mais fresca em nossas cabeças.

De bom , a participação de Keith Richards (inspiração confessa de Johnny Depp para a composição da sua personagem) como o pai de Jack Sparrow. Boa maquiagem e rouba a cena, tocando até violão. E falando de Depp, desta vez ele está mais contido ainda do que no segundo, tornando a sua personagem menos memorável.

Alias, o filme é repleto de bons atores como Jonathan Pryce, Geofrey Rush, Bill Night,Chow Yun-Fat mas infelizmente traz como herói Orlando Bloom, um dos atores menos carismático e canastrão dos ultimos tempos. Se funcionava em O senhor dos Aneis era por que seu papel lhe caia bem, mas aqui prova que é um péssimo ator. Tomara que não aparece nas demais continuações (embora tenha minhas duvidas quando a isso, mesmo o filme dando a entender que não).

Bem, por enquanto está sendo um ano bem fraco já que suas principais apostas (Homem Aranha e Piratas) estão sendo decepções. Resta um terceiro Shrek para salvar as espectativas, embora não tenha o menor interesse de assistir nos cinemas.

Por fim, como todos acham o primeiro o melhor e o segundo um porre (de rum), vou mudar minha opinião (mas só em relação o segundo). A maioria deve estar certa, o segundo é chato. E acredito que vou morrer sem entender o sucesso dessa série. Fazer o que ?

segunda-feira, 28 de maio de 2007

DROPS

Tô meio sem tempo agora, mas já vou adiantando algumas coisas. Depois posto com mais afinco.

ZODIACO - DAvid Fincher

Demorou, mas finalmente David Fincher entregou seu mais novo trabalho sobre Serial Killers. O Projeto teve vários imprevistos e até mudanças de nome (mas continuou como Zodiaco mesmo).

Era para ser um dos melhores filmes do ano, mas acabou sendo o melhor do Fincher. Incrível como um cineasta pode amadurecer tanto. E olha que ele já era bom.

GRINDHOUSE - Tarantino e Rodrigues


Esse não é para qualquer tipo de público. Não é o mais fraco dos diretores porque eles já tinham feito "um Drink no inferno". Mas não é ruim não, é divertido.

MARIA ANTONIETA - Sofia Coppola


Falaram mal, mas na verdade não é tão diferente dos trabalhos anteriores da superestimada diretora (quem diria, ainda mais quem acompanhou a época de Godfather 3). Um bom filme, com bons momentos.


O CHEIRO DO RALO - Heitor Dalhia


Quem já conhece o fabuloso livro do Mutarelli já sabia o que esperar. Quem pergunta "Mutarelli quem ?" não sabe o que está perdendo.
Um livro dificil de adaptar (como de prache), um filme aquém do livro (mas qual não é ?). Um bom exemplo do cinema nacional.
O diretor é o mesmo do pretencioso "Nina", aqui mais à vontade.

Scorcese , o velho Tarantino



Esse é velho, mas dado o atual nível do cinema não havia nada melhor para comentar. E de qualquer forma ele serve de referência para muito do cinema atual.

"Quem bate à minha porta" é o primeiro filme do Scorcese, começado ainda na faculdade em 1964. Era para ser um curta metragem(, mas depois de vários anos e de outras três mudanças de nome (Bring On The Dancing Girls, I Call First e J. R), foi finalmente lançado , desta vez como um longa, em 1967. Talvez por isso traga alguns problemas estruturais, mas é pelo talento do Scorcese que ele é lembrado até hoje.

Na época em que foi finalmente lançado era moda do cinema americano, influênciado agora pelos Europeus, que o filme trouxesse alguma cena de nudez e sexo, onde os produtores exigiram que Scorcese filmasse uma. Cedendo as pressões dos mesmos , Scorcese realizou uma cena para complementar o filme, e mesmo imposta, trouxe uma bela decupagem , que já mostrava o talento do jovem diretor.

O filme não tem exatamente um roteiro definido. E talvez resida ai a sua força. Scorcese aparece aqui livre de qualquer convenção, as cenas são mais importantes que o todo, e podemos notar nelas principios que permeariam a carreira do cineasta, como a forte influência da religião e a familia (a mulher que aparece no início, fazendo pão, é a mãe do diretor).


Na verdade o que me fez recordar do filme foi o fato de que lendo um comentário no Orkut, no qual uma pessoa questionava o talento do diretor (que finalmente ganhou o Oscar esse ano) e dizendo que o mesmo deveria ter aulas com o Tarantino, a imagem que me veio em mente foi o belo diálogo entre Harvey Keitel e Zina Bethune, acerca de filmes de faroeste (no qual o diretor tem grande apreço) e principalmente John Wayne. Tarantino bebeu muito disso. Quem diria que Scorcese , ainda nos anos 60, faria algo que seria resgatado décadas depois pelo jovem diretor , um cinéfilo de carteirinha e com grande talento para reciclar idéias alheias de uma forma original. Tarantino com certeza assistiu esse Scorcese em especial. A própria estrutura do filme lembra bem o novo cinema americano, mas era muito para a época. Se bem que Godard faria algo parecido também nos anos 60. Mas tudo bem, coisa de Cinéfilo novo.

No decorrer do filme, principalmente nas cenas finais , fica mais clara ainda a influência do Catolicismo no trabalho de Scorcese, nas cenas em que a personagem de Keitel, descobre do estupro sofrido pela sua jovem amada e seu mundo cai. Estão aí toda a idéia de punição e redenção que acompanharia o jovem diretor em toda a sua carreira. Aliás , em um belo epílogo na igreja.

Não é um filme fácil de se achar, e a primeira vista parece um Scorcese menor, mas está aí toda a força do seu cinema. E fica a constatação. Sem Scorcese não teriamos Tarantino. Ou melhor, teriamos, mas com menos talento, com certeza.

domingo, 13 de maio de 2007

Cão Sem Dono



Beto Brant é com certeza um dos diretores mais talentosos do Brasil. Depois de uma bem sucedida trilogia policial (Os Matadores, Ação entre Amigos e O Invasor), Brant surpreendeu com seu melhor trabalho , "Um Crime Delicado", um passo em frente em sua carreira (iniciada em curtas , ainda nos anos 80, vide o nostálgico Dove Meneguetti).

Brant volta a provocar em seu mais novo trabalho, "Cão sem Dono", baseado em livro do Gaucho Daniel Galera (O dia em que o Cão Morreu) e novamente roterizado pelo seu parceiro habitual, Marçal Aquino.

Se o tema do novo filme do diretor possa parecer em qualquer resumo um clichê (o relacionamento entre duas pessoas) , não se pode deixar de notar o talento do diretor em nos apresentar um panorama favorável para um lugar-comum do cinema (ou mesmo da vida).

"Cão sem Dono" não deve repetir o sucesso de seus primeiros trabalhos, ne m estar entre as grandes bilheterias do ano, mas nem por isso deixa de ser um dos grandes filmes a ser descobertos nesse ano, que até agora está bem fraco.

Mas isso definitivamente, não é culkpa de Brant.

O Papa é Pop



Não deixa de ser curioso notar.

Mesmo quem não goste de Humberto Gessinger e Cia, não pode se deixar de notar que ele estava certo em relação ao falecido João Paulo II e sua vocação para o Pop.

Do novo Papa , que não tem o mesmo carisma que seu antecessor , o mesmo não poderia ser dito.

Não ?

A Mídia não deixou por menos e tratou o evento da chegada do Papa no Brasil com todos os ingredientes para transformar Bento em um novo ícone Pop.

Será que conseguiu ? Tudo comprova que sim. E isso atesta a influência da TV em criar Ídolos Pop.

Por que será que com música e afins a TV não mostra sua influência de modo digamos, mais positivos ?

Vai-se o Papa , fica a pergunta.

o Balconista 2



O tom do começo é Nostalgico, mas basta alguns segundos para Kevin Smith jogar na cara dos espectadores que os tempos são outros, agora ele recuperou sua coleção de quadrinhos e a vida mudou nesses mais de 10 anos.
A continuação de "O Balconista" já era esperada a vários anos pelos fãs de Smith, e veio em boa hora, meio que para tentar salvar a carreira do diretor , que há anos passou de revelação pop para ser apenas mais uma figura cult entre os "descolados". Nos últimos anos Smith estava tendo mais destaque como roteirista de quadrinhos do que outra mídia.

E nada melhor do que uma volta ao início de tudo, justamente na série que lhe deu fama e nunca mais largou (seja em desenhos animados , seja em HQs). E marca também a volta dos insuperáveis Jay e Silent Bob (este , o próprio Smith)
Mas não deixa de ser curioso o fato de que o diretor , em mais de 10 anos não consiga largar esses personagens, presentes em quase todos os filmes do diretor (se não me engano não estão em Jersey Girl).
Kevin Smith é no fundo um moralista. Todos seus filmes terminam ou tentam passar em algum momento (geralmente na figura do próprio diretor) com uma "mensagem" final, o que pode em alguns momentos ser como um tiro no pé, mas isso é algo inerente ao cinema americano, e não chega a aborrecer tanto, mesmo que o filme perca um pouco de escracho. Não ficam de fora também piadas pseudo-intelectuais com deficientes físicos e um inacreditável show de erótica inter-espécies (que pode chocar os menos desavisados, mas pode ser bastante engraçado se você não estiver nem um pouco aí com o politicamente correto).

O filme trás ainda trás além dos personagens já conhecidos , Rosário Dawson (que também está em Grindhouse e de volta em Sin City 2) , Jason Lee (amigo de Smith presente nos trabalhos do diretor e também como protagonista da melhor série cômica desde o fim de Seinfeld , "My name is Earl" ) , Etan Suplee (também de "My name is Earl", coincidência ?) e um inspirado Ben Affleck em um dos melhores momentos de sua carreira.

Além das referências explícitas à outros filmes , citados diretamente temos ainda tiradas sobre vários outros , como uma hilária cena à "Silêncio dos Inocentes" e até ao próprio primeiro filme (tanto durante a cena do telhado, como diversas citações ao longo do filme). Poderia ter ficado de fora mais uma referência à "Butch Cassidy", lembrada por Hollywood quase que regularmente (seja em comédias B, à blockbusters como "O Homem Aranha".

Como em uma elipse, o final do filme volta a transbordar Nostalgia. O Saldo final é positivo, ainda que o filme não funcione sozinho e sim na esteira do primeiro, condição sine qua non para se apreciar o filme.


E como se é costume nos filmes do diretor não deixe de ler os créditos finais (algo bem ao estilo agradecimentos do Ultraje à Rigor) . E Smith se Smith sempre anunciava a volta da dupla Jay e Silent Bob, desta vez avisa apenas que eles voltarão algum dia (Mas isso tá na cara, não é Kevin ?).

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Em Ritmo de Video Game



Nessas alturas todo mundo já deve ter visto o novo e esperado "Homem Aranha". E com certeza também já deve ter constatado que é o pior dos 3 filmes do herói. Não ? Então você deve mais ou menos 15 anos ou ser fã incondicional do Venob.

Não que seja um filme ruim, longe disso (se bem que nem tanto). O filme até agrada, tem vários bons momentos, mas afinal, quem esperava um terceiro filme de uma franquia melhor ? Se ultimamente existe o concenso que o segundo é melhor que o primeiro, o terceiro nunca ocorreu (quem sabe um James Bond, que tem altos e baixos, mas até agora nunca um terceiro). E isso não é tão mal assim, é só questão de expectativas.

Boatos era o que não faltavam acerca dos vilões e a história desse último (da triologia , claro) filme do herói no cinema. E a constatação de que Venon seria finalmente um dos vilões do filme foi a deixa que faltava para deixar os mais novos empolgados e os fãs mais , digamos, clássicos, com uma pulga atrás da orelha. Afinal, existe vilão mais ridículo que Venon ? (Aquele com o uniforme cheio de circulos não vale).

A boa notícia é que o Venon em si não prejudica tanto o filme. Sam Raime é inteligente e deixou alguns manerismo para o Todd McFarlane e deixou o vilão menos babaca do que costume. O problema é outro, e quem já estava escaldado com "Batman e Robin" já previa: Excesso de vilões.

O filme não se dá conta de tantos personagens e situações ocorrendo ao mesmo tempo. O roteiro é cheio de falhas, e a tentativa de ligar os personagens chega a dar vontade de largar a sessão. Valeu a tentativa de Raimi de presentear os fãs com a presença da adorável Gwen , mas por que diabos ele resolveu ligar ela com tantas coincidências na trama que parece mais um roteiro de novela (e das 7 para piorar). Não vou citar exemplos , mas quem já viu deve ter constatado isso.

O personagem do Homem Areia é outro exemplo disso. Era preciso colocar ele como o provável assassino do tio Ben ? Ah, era para dar maior motivação ao Aranha ! Então tá...

E claro, outro ponto que incomoda, este típico do cinema ianque, cheio de lições de morais. Todos os personagens tem seu ponto de vista dissecado, afim de explicar suas motivações e assim caminhar para a típica lição de moral. Não seria tão irritante se não soasse tão forçado.

Se o Venon não chega a incomodar tanto como previsto, e se o Homem Areia é um show de efeitos, o mesmo não se pode dizer do novo duende (ou doente ?) Harry Osborne. Nas mãos de um ator mais competente poderia fazer a diferença, mas o personagem é tão mal escrito que dispensa comentários.

E falando em ator, Tobey Maguire deve ter os piores momentos de sua carreira, em sua atuação "emo" de garotinho revoltado. Chega a causar constrangimento sua atuação nerd-patética que não era tão acentuada nos demais filmes.

Os efeitos continuam bons, mas desta vez me pareceu em muitas cenas com um ritmo muito acelarado, típico dos video-games e que deixam de causar emoção em várias partes. Ou se causam alguma emoção deve ser pelo cansaço. Outro ponto negativo do filme, sua excessiva duração (devido ao excesso de tramas) que não seria tão insuportável se o roteiro fosse mais bem amarrado.

Engraçado é que sai do cinema achando um filme bom, até pensei que iria escrever somente que seria isso mesmo, com alguns pontos negativos, mas me surpreendi com os inumeros defeitos que me incomodaram. Mas não deixa de ser uma ótima opção de lazer, ainda mais em tempos como os de hoje, onde filmes de heróis como "Motoqueiro Fantasma" e "Quarteto Fantástico" causam grande comoção no público.

Sam Raimi é um grande diretor , mas não imfalível (quem viu Rápida e Mortal e Sorte no AMor , sabe disso). Homem Aranha 3 pode não ser uma mancha em sua carreira e com certeza não irá sepultar o herói no cinema , mas está com certeza entre seus trabalhos , senão os piores, os mais fracos. Fica a lição, que devia ter apreendido com o Joel Schumacher (se bem que o merchandising é mais forte que os 3 vilões juntos).

Enfim, não irá deixar ninguém bravo, mas alguma insatisfação não tem jeito (e não estou falando da mania nerd de querer que seja tudo idêntico aos quadrinhos . Ora, para que ter o trabalho de sair de casa então ?). Ou seja, cinema é cinema e HQ é HQ. E como cinema é razoável, mas dificilmente vou rever tão cedo.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Não há nada a fazer em Chinatown


Acabei de rever "Chinatown" de Roman Polanski, escrito por Robert Towne e produzido pelo mítico Robert Ewans (Existe um ótimo documentário sobre este ultimo, "O show não deve parar") e é difícil de comparar com o (fraquíssimo, por sinal) "Dália Negra" do outrora interessante Brian de Palma e como Hollywood deixou de saber fazer filmes Noir.
O Filmes Noir pode ser considerado um verdadeiro produto holywoodiano. Grandes mestres como Howard hanks, John Huston, Billy Wilder, Otto Preminger (este subestimado) e John Ford se enveredaram por esse gênero, que , por sinal, rendeu grandes clássicos.
Chinatown veio em um época que o gênero já estava em baixa. Enquanto na época clássica , os Noir eram filmados em preto e branco (claro que devido à época , mas também herança do expressionismo alemão), Chinatown por sua vez trouxe aquela cor amarelada , "quente" , que predomina até hoje em várias tentativas de ressucitar o gênero ("Pergunte ao Pó"). Outra diferença, essa nem tanto óbvia, foi uma leve mudança de tema. Enquanto nos antigos tudo se desenrolava em busca de uma jóia, ou uma peça rara, desta vez o tema era até então inusitado: água e eletricidade. Engraçado se referir como "novo" um filme feito a mais de 30 anos, mas tudo bem.
Jack Nicholson está exemplar no papel. Se sua atuação não chega aos pés do cinismo de um Humprey Bogart (talvez o maior dos atores que tenha pisado em Hollywood), chega quase perto. E não vejo hoje nenhum ator americano novo que tenha capacidade de interpretar uma personagem com tantas nuances como estes exigem. E nada mais desanimador do que ver em "Dália Negra" uns dos piores exemplos que se podem ter notícia: além do apático Josh Hartnett (Justiça seja feita, pelo menos nome ele parecer ter) e Scarlett Johansson (inacreditavelmente a nova musa de Woody Allen, mas ele está velho coitado, não vamos julgá-lo). E uma mal escalada Hilary Swank completa o time (alias , o filme merecia um prêmio de pior elenco já escalado, algo que acontece também em "A Conquista da Honra" de CLint Eastwood).
Se um elenco mal escalado pode estragar até um filme de Kubrick, então o que dizer de um De Palma. Brian nunca foi considerado um diretor dos mais originais. Tem uma boa técnica , vamos ser justos (e o filme rende uns poucos bons momentos , como o tiroteio nas ruas ao decorrer do filme e o encontro do corpo da "dália") , mas seus maiores momentos sempre foram as cópi...ops, homenagens, aos grandes filmes como a cena da escadaria em "Os Intocáveis" e os cacoetes Hitchcokianos em vários trabalhos.
Mas voltemos à Chinatown. FIlme obrigatório para não somente os fãs de policiais (se não fossem os orientais estariamos perdidos nesse segmento) mas para qualquer fã de cinema em geral. O título e o filme vêem a partir de um diálogo que teve com um polícial que trabalhava lá. "Fazemos o mínimo possível". "Por que ?" indaga Towner. "Quando se está em Chinatown, com as diversas línguas e os vários dialetos, não dá para saber quem está fazendo o que com quem. Não dá para saber se pedem para prevenir um crime ou inadvertidamente a polícia ajuda a cometer um crime. Portanto a melhor coisa em Chinatown é fazer o menos possível."
E voltando a falar no elenco, além de Jack Nicholson e de uma incrível Faye Dunaway, temos também um jovem Polanski em uma ponta famosa e nada mais nada menos do que o próprio John Huston como uma das figuras chaves do filme. E isso, faz a diferença.
Há muito o que se ver em Chinatown.

domingo, 29 de abril de 2007

Hitch ! Nada Amoroso

JÁ tinha visto algum pedaço de “Psicose” por aí. Ou até mesmo aquele velhor seriado em algumas reprises.Na casa de um amigo viciado em Suspense e Terror assistí à “Janela Indiscreta” e “Os Pássaros”. Mas a primeira vez que fui fisgado por Hitchcock foi alguns anos depois com o magnífico “North by Northwest” (até o final eu devo me lembrar do título em português) com James Stewart e Eva Marie Saint. Para mim esse foi o verdadeiro primeiro Hitchcock. Ou Sir Alfred Hitchcock. Ou Hitch para os íntimos.

Para a minha sorte o meu amigo de Faculdade (o mesmo que tinha Amarcord) possuia várias fitas que seu pai lhe deixara e consegui acesso à algumas raridades como “A dama oculta” (The Lady Vanishes) ainda da fase inglesa e “Interlúdio” (Notórius) com a inesquecível Ingrid Bergman e o saudoso Gregory Peck. Este ainda com o atrativo de um falso Rio de Janeiro.

Foi a partir desse momento que em pouco tempo consegui assistir com uma boa ajuda do destino à vários filmes deste que foi sabidamente o Mestre do Suspense, desde os mais manjados até outras raridades (na época DVD ainda era uma promessa) como o primeiro “O Homem que sabia demais” , “Os 39 Degraus” , “Agente Secreto”, “O marido era o culpado” (“Sabotage”, e sim, esse título nacional não é brincadeira), “Jovem e Inocente”, “O Sabotador” , “Rebecca”, “Correspondente Estrangeiro” , “Suspeita”, “Quando fala o Coração” , “Agonias de Amor”... Para os mais velhos isso pode não parecer grande coisa mas hoje em dia é um dádiva. Outro dia mesmo passou em um canal fechado “A tortura do Silêncio” e eu perdi. Ainda bem que tempos depois saiu em DVD.

É incrível como até o pior Hitchcock consegue ser melhor do que muito filme considerado ótimo hoje em dia. E Hitchcock consegue ser o diretor mais famoso de todos os tempos. Se você olhar bem, quantos diretores conseguem ser mais reconhecidos que os próprios atores. Quantos vão hoje em dia ao cinema ver o mais novo Scorcese e não ao mais novo Di Caprio. Quem sabe o Spilberg consegue esse feito mas não são todos que podem reconhecer a figura do diretor. Woody Allen tem esse poder mas não é muito popular. Hitchcock foi , e conseguiu o mérito de conquistar público e crítica (essa nem tanto) em uma época de grandes diretores.

Hitchcock foi extremamente criativo e inovador em seus roteiros. Sua câmera fez escola e no mais suas histórias de bastidores não menos saborosas dariam ótimos filmes.

Antes da febre “Onde está Wally” , Hitchcock adorava aparecer em seus próprios filmes em pequenas e rápidas figurações. Começou a aparecer sempre no início para não distrair o público por muito tempo. Ele temia que as pessoas ficassem procurando por ele e se distraíssem do enredo. Quase sempre era fácil achá-lo, mas não se podia piscar. Conseguiu até a façanha de aparecer em “Lifeboat” de 1943 que se passa inteiramente em um pequeno barco à deriva em alto mar.
De vários livros lançados sobre o mito o que merece maior atenção é aquele que condensa as várias entrevistas que Truffaut realizou com o Mestre na década de 60. Foi Truffaut o responsável à abrir os olhos da crítica para o já sabido por todos, que Hitchcock era um gênio. Mania essa dos franceses que já adoravam Jerry Lewis quando esse ainda era desprezado na sua América natal. Voltando ao livro, é uma dessas Bíblias do Cinema, um dos melhores para aqueles que possuem algum tipo de fascínio pela sétima arte. Aprendi muito com ele.

Por uma daquelas coincidências do destino está passando na TV um desenho dos “Flinstones” onde Fred e Barney vão à um estudio assistir as filmagens de “Uma pedra que cai”.

Eu me Recordo

DE todos os filmes que assisti, foi de Felline um dos únicos em que me recordo exatamente a data em que o ví pela primeira vez: 31 de Outubro de 1993 (para os mais precisos 1º de Novembro, já que passara da meia noite). Foi a primeira vez que ví um filme desse que foi um dos maiores cineastas de todos os tempos (e ainda o é). Tão grande que virou até adjetivo. 31 de Outubro foi o dia em que Felline finalmente completou sua obra. E Anjos Pagãos desceram à Terra e o levaram para o lugar que vão os únicos. E fizeram também com que a Globo deixasse de lado algumas explosões e exibisse um outro tipo de arrombo, o criativo, e passou “Amarcord”.

Na época eu não estava tão ligado em cinema que não fosse o Hollywoodiano. Não fosse pelo jornal da Globo eu nem assistiria o filme, mas fui em frente. Até então meu referêncial de grandes diretores era Spilberg e George Lucas. Não foi um causa tão nobre como gostaria , mas enfim, teve sua função.

E o filme me conquistou. De alguma forma que não sabia bem como, Felline conhecia a minha família e fez um filme sobre eles. Estava tudo lá, as Tias neuróticas , os almoços com todos falando ao mesmo tempo, desentendendo-se e metendo-se na vida de cada um.

Fiquei um bom tempo sem ver nenhum outro filme do diretor. Simplesmente porque a TV nunca passava e porque as locadoras de minha cidade não possuiam nenhum vídeo sequer deste grande mestre (e ainda não possuem). Somente ao entrar na Faculdade , ao conhecer um novo amigo cujo pai adorava “Amarcord” e tinha gravado. Não conhecei o pai dele que morreu antes que me fosse apresentado, mas sem dúvida tinha bom gosto.

Com o tempo , novos contatos , a ascensão da Internet me deram a chance de ver novos filmes dele. Desde o belíssimo “La Estrada” até “La voice de la Luna”. Talvez o melhor Felline que já vi foi “A doce Vida” ou até mesmo o espetacular “oito e meio”, mas o meu coração não deixa com que “Amarcord” perca o seu lugar na história. A minha.

+ Listas

Já falei anteriormente da mania de se fazer listas. E como já disse L.F.Veríssimo no seu ótimo (redundância) “Banquete com os Deuses” é mais fácil criticar a dos outros do que se fazer a sua.

E poara aqueles que além de tudo gostam de cultura pop, um filme indispensável é “Alta Fidelidade”, onde John Cusack interpreta um sujeito que adora fazer de sua vida uma sucessão de listas: “as 5 melhores músicas qdo se leva um fora”, “As 5 melhores garotas que namorei”, “Os 5 melhores discos de todos os tempos”, entre outras.

O filme é baseado no livro homônimo de Nick Horby. Não tem a mesma força do livro mais ainda assim é uma ótima opção, principalmente se você está na faixa dos 30 anos e adora música pop. Ou melhor, acredita que a música pop pode mudar vidas.

Como bem disse Horbny a musica pop é boa porque é descartável. Fica difícil definir o que é uma boa musica. Dependendo do momento de nossas vidas aquela musica que até a pouco considerávamos ruim pode ter uma nova importância para nós. Ou com o passar do tempo podemos ver coisas diferentes em uma mesma canção que há muito nos acompanha, as palavras adquirem um novo sentido. Uma magica que só a musica pode conceber. E sem falar que assim como em um filme, uma trilha sonora é indispensável na vida (esqueçamos Antonioni).

Muitas vezes é impossível não associarmos determinada musica de um momento de nossa vida. Quem não se lembra da primeira vez que ouviu determinada musica, o momento, o que sentiu, para quem estava olhando.

Para muitos a musica pop adquire uma importância maior do que a merecida porque para esta mesma pessoa ela faz parte de algo. Às vezes fica até difícil dela perceber o porque de não causar a mesma paixão para outras.

Voltando ao Nick Horby , muitos de seus livros já foram adaptados para o cinema. O inglês “Febre de bola” troca a paixão pela música pelo futebol, mas no fundo é a mesma coisa. Acaba de ganhar uma nova adaptação, desta vez americana. Um outro filme escondido nas locadoras é o ótimo “Um grande garoto”, com Hugh Grant, um bom-vivant, que vive dos direitos autorais de uma musica de natal que seu pai fez na década de 60, cuja vida adquire um novo sentido quando um garoto surge em sua vida e tenta fazer com que ele e sua mãe formem um casal.

Não tem muito a ver com o assunto mas como estou escutando Belchior me deu vontade de citá-lo: “ O passado é uma roupa que não nos serve mais”.

A Hora da Verdade

O infeliz título dado em português para “Karatê Kid” se explica. Nos anos 80 tivemos uma avalanche de fotas que trazia “a hora” no título: “A hora do espanto”, “A hora do Pesadelo”, “A hora do lobismomem”, “A hora da Zona Morta” (!) e uma centena de outros mais esquecíveis.

Aliás, títulos em Português são quase sempre uma piada à parte. “Teen Wolf” (Lobo adolescente) recebeu o ridículo nome de “O Garoto do Futuro” que não tem nada a ver com o filme. “Godfather” (Padrinho) virou “O Poderoso Chefão”, título no qual se perde todo o sentido ambigüo do original. “Die Hard 2” (Duro de Matar), não satisfeito com o 2 no título , foi acrescentado um “Mais Duro Ainda”, que , definitivamente , não pegou bem.

“Rushmore” ficou com o ridículo “3 é demais”. “Unbreakable” (Inquebrável) recebeu o infeliz “Corpo Fechado” , querendo dar um sentido mais místico (e ainda por cima de Ubanda) à um filme de super-heroi. “The last Boy Scout” ficou “O Último Boy Scout – O jogo da Vingança”, mas o que diabos Boy Scout siginifica ? (antes que me critiquem eu sei o que é). “Annie Hall” ficou “Noivo neurótico, noiva nervosa”. E a lista vai além.

Portanto não se assuste ao pegar um filme com o nome tipo “Homens brancos não sabem enterrar” (se bem que esse é quase parecido). Pode ser que um bom filme esteja escondido.

pode o Homem Voar ?

Christopher Reeve sempre será lembrado como o “Superman”. De fato, é difícil lembrar de um outro filme que ele tenha feito. Fora o cult “Em algum lugar do passado” dificilmente alguém lembrará de outro papel que ele tenha representado (vale a pena conferir o ótimo “Vestígios do Dia).

Durante anos “Superman” foi o único filme baseado em quadrinhos que possuia alguma qualidade. Não conheço ninguém que não goste dele. Durante anos era figurinha fácil em qualquer “Sessão da Tarde”. Hoje é carimbada.

Devia Ter pouco menos de 10 anos quando o filme passou a primeira vez na TV. Lembro-me bem porque simplesmente não pude assistir. Não por falta de interesse ou qualquer coisa que o valha, mas porque meu pai não me deixou, devido ao horário (É naquela época, depois das 9 era hora de ir para cama). Foi a primeira grande revolta da minha vida. De nada valeu o escândalo.Fora o fato já ter sido ruim o suficiente , no outro dia tive que agüentar todo mundo na escola comentando o filme.

A primeira vez que consegui finalmente assistir eu não me lembro. Mas o filme era o máximo. O cartaz original estampava “Você acredita que o Homem pode voar ?”. Sim, podia.

Os efeitos eram o máximo. A história era o máximo. E ainda por cima tinha Marlon brando, que eu não fazia idéia de quem era, mas ele estava lá.

Mas o meu favorito era o 3º filme (o mais fraco eu sei, eu sei) só pela cena dele brigando com seu clone (e pela gracinha da Lana Lang). Contribuía o fato de ser raro dele passar (o SBT passou uma vez que eu sei).

Passaram-se os anos e eu fui assistir ao quarto filme no cinema. Devo Ter gostado na época mas é um lixo. Nada de memorável, só os “defeitos especiais”.

De qualquer forma, mesmo vistos hoje, os dois primeiros dirigidos por Richard Donner (o segundo parcialmente) não perderam sua força e continuam enchendo os olhos de qualquer criança (inclusive a interior).

E para os mais cinéfilos ainda é tempo de lembrar do Ned Beatty, Gene Hackman e o Terence Stamp. Indispensável, ainda mais em tempos de Super-Revisitados.

Listas que amamos odiar

Se é impossivel fazer uma lista dos “melhores” que agrade a sí próprio, imagine então agradar aos outros. Fazer listas é ao mesmo tempo algo delicioso quanto inútil. Ela logo vai ser superada. Tentar colocar em ordem de melhores então nem se fala.

Na minha infância eu poderia listar sem dúvida nenhuma a triologia Guerra nas Estrelas , os Indiana Jones, De volta para o Futuro, Superman, Fúria de Titãs, O enigma da Pirâmide, Em algum lugar do passado (pode acreditar), Os Goonie, Gremlins e A hora do Pesadelo.

Depois veio a problemática adolescência e a fase Stephen King e Kevin Costner (atire a primeira pedra quem não vibrou com “Os Intocáveis”, “Fandango” e “O Campo dos Sonhos”). Qualquer porcaria do Stephen King que chegasse na locadora era saudada. It, Cujo, Cemitério Maldito, Tommyknockers, Sonâmbulos.

Depois veio a fase marginal. Pulp Fiction, Laranja Mecânica, O Iluminado, Trainspotting, Brazil (por algum tempo o meu favorito), Taxi Driver, Coração Satânico, O Poderoso Chefão, Fargo. Esta fase ainda está bem presente nas minhas lista.

Um tempo depois descobri o prazer de ver filmes do Woody Allen e Hitchcock. Foi uma mudança bem radical para quem curtia pouca comédia e quando do nível de “Quanto mais idiota melhor”, “Top Gang” e aí por diante (um Mel Brooks aqui outro alí, Os Monthy Phyton, Peter Sellers salvavam minha moral).

Com o tempo fui descobrindo Felline, Antonione, Orson Wells, Truffaut, Kurosawa, Gus Van Sant, Pasoline, Monicelli, Dario Argento, Walter Hugo Khouri, Frank Capra, Almodóvar, Robert Altman, Hector Babenco, Ingmar Bergman, Luis Buñuel, Charles Chaplin, Jean Cocteau, Coppola, George Cukor, Michael Curtiz, Vittorio De Sica, Stanley Donen, Serge Eisenstein, Rainer Werner Fassbinder, Marco Ferreri, John Ford, Billy Wilder, jean Luc Godard, David W. Griffith, John Huston, Elia Kazan, Krzysztof Kielowski, Fritz Lang, Spike Lee, Sergio Leone, Louis Malle, George Mélies, Murnau, Nagisa Oshima, Sam Peckipah, Alain Renais, Roberto Rosseline, Nelson Pereira dos Santos, Martin Scorcese, Steven Soderbergh, Jacques Tati, Luchino Visconti, Lars Von Trier, ZhangYimou, Ang Lee, Takeshi Kitano e tantos outros.

Fica portanto hoje difícil de conciliar tantas fases distintas com o que vi até agora. “Guerra nas Estrelas” pode não ser tão bom quanto um “Morango Silvestres” por exemplo, mas como excluí-lo de uma lista minha, tamanha a importância dele quando era pequeno. Sob esse mesmo ponto de vista, se eu olhar apenas friamente, alguns filmes que me marcaram nunca entrariam em uma lista séria, como é o caso de “Os Goonies”, “Brazil”, “Fúria de Titãs”... “Cidadão Kane” tem de estar na frente, mas eu prefiro “Casablanca”. Hitckcock e Billy Wilder monopolizariam a lista. Como decidir entre “Quanto mais quente melhor” e “Se meu apartamento falasse”, “Um Corpo que Cai” e “Intriga Internacional”, sem falar que sou grande admirador de “Rebecca”.

E os Bogarts ? E “Pacto de Justiça”, “Laura”, “Crepúsculo dos Deuses”, “O Segredo das Jóias”. Fora o carinho especial que tenho por “American Graffiti”. Não estaria na lista dos melhores de ninguém mas, quem viveu os anos 80 pode até esconder, mas “Porky´s” foi importantíssimo.

Bem, acho que vou ficar com os do Kevin Costner.

Tarantinices

Não me recordo qual foi o primeiro filme que assisti na vida mas sei com certeza qual foi o primeiro que mudou a minha concepção de cinema. “Pulp Fiction” foi para mim o mais importante filme dos anos 90. E não sem razão.

Voltemos um pouco no tempo. Era uma noite de Segunda-feira. Estava deitado na cama de um hotel barato da cidade de São Carlos, ao lado dos trilhos do trem, assistindo maravilhado mais uma cerimônia do Oscar (ainda não tinha caido a ficha da palhaçada que esta festa é). Corria o ano de 1995. Era meu primeiro ano de faculdade e aí estava eu sozinho em uma cidade estranha, sem conhecer ninguém.

Na transmissão alguns flash de uma festa em São Paulo com convidados famosos ou nem tantos que juntos assistiam à premiação. Cortesia do SBT que transmitia o prêmio naquele ano e tentava transforma-lo em algo popular. Uma bolsa de apostas entre os “famosos” (ei, estavam na TV não é ?) se dividia entre o filme em questão e o meu favorito “Forrest Gump” de Robert Zemicks. E eu me indignava com as pessoas que davam como certas a vitória desse tal de “Pulp Fiction”. Terminada a cerimônia, Tom Hanks e Zemicks vitoriosos, eu lá com um sorriso de satisfação nos lábios (santa ingênuidade).

Alguns dias depois, em uma Sexta-feira ao sair da faculdade passei no cinema no Centro da Cidade (que deve ter tido dias mais gloriosos) e lá estava ele em cartaz: o tão comentado “Pulp Fiction”. Entrei no cinema com um misto de desconfiança e receio (diziam que era extremamente violento). Ao termino de suas mais de 2 horas de projeção sai anestesiado pelas ruas da cidade em direção ao mesmo Hotel de sempre. Minha mente estava confusa, cheia de pensamentos, uma estranha euforia que não sabia muito bem como classificar. Eu tinha acabado de ver o filme de minha vida, pensava.

Tarantino com seus diálogos deliciosamente pop, com sua câmera inquieta e uma edição memorável fazia escola. Na época eu não me interessava muito por essas coisas mas a essência toda estava lá, entrando em meu corpo como um vírus destruindo tudo o que havia enraizado no âmago de meu ser.

E não só comigo. Esse efeito era notado em todo o cinema, desde o independente até o mais comercial. Todo o cinema do mundo, desde o americano, passando pelo europeu e até o brasileiro se rendia às Tarantinices do cinema no final do século.

A primeira coisa que fiz quando acordei naquele Sábado para ir à mais uma torturante aula de manhã na Faculdade, foi passar em uma loja no centro da cidade e procurar a trilha sonora do filme. Aquela cena da Uma Thurman (não sabia o nome dela a época, apesar de já a ter visto em algum lugar) dançando e cantando em seu apartamento não saia de minha cabeça. E o fato de morar em uma cidade pequena do interior fazia com que eu não ficasse exposto à intermináveis execuções dela em tudo o quanto era lugar.

Voltei algumas vezes no cinema para rever o filme , desta vez com mais calma. E foram intermináveis 6 meses até que a fita chegasse enfim às locadoras. Era até uma época que eu não tinha medo do fato que ela pudesse não chegar à minha cidade. Chegou, enfim.

O tempo passou, o filme está aí para todos verem. O Cinema do Centro da cidade deu lugar para mais uma Igreja (e não adianta ir lá porque eles não vendem pipoca).