domingo, 13 de maio de 2007

o Balconista 2



O tom do começo é Nostalgico, mas basta alguns segundos para Kevin Smith jogar na cara dos espectadores que os tempos são outros, agora ele recuperou sua coleção de quadrinhos e a vida mudou nesses mais de 10 anos.
A continuação de "O Balconista" já era esperada a vários anos pelos fãs de Smith, e veio em boa hora, meio que para tentar salvar a carreira do diretor , que há anos passou de revelação pop para ser apenas mais uma figura cult entre os "descolados". Nos últimos anos Smith estava tendo mais destaque como roteirista de quadrinhos do que outra mídia.

E nada melhor do que uma volta ao início de tudo, justamente na série que lhe deu fama e nunca mais largou (seja em desenhos animados , seja em HQs). E marca também a volta dos insuperáveis Jay e Silent Bob (este , o próprio Smith)
Mas não deixa de ser curioso o fato de que o diretor , em mais de 10 anos não consiga largar esses personagens, presentes em quase todos os filmes do diretor (se não me engano não estão em Jersey Girl).
Kevin Smith é no fundo um moralista. Todos seus filmes terminam ou tentam passar em algum momento (geralmente na figura do próprio diretor) com uma "mensagem" final, o que pode em alguns momentos ser como um tiro no pé, mas isso é algo inerente ao cinema americano, e não chega a aborrecer tanto, mesmo que o filme perca um pouco de escracho. Não ficam de fora também piadas pseudo-intelectuais com deficientes físicos e um inacreditável show de erótica inter-espécies (que pode chocar os menos desavisados, mas pode ser bastante engraçado se você não estiver nem um pouco aí com o politicamente correto).

O filme trás ainda trás além dos personagens já conhecidos , Rosário Dawson (que também está em Grindhouse e de volta em Sin City 2) , Jason Lee (amigo de Smith presente nos trabalhos do diretor e também como protagonista da melhor série cômica desde o fim de Seinfeld , "My name is Earl" ) , Etan Suplee (também de "My name is Earl", coincidência ?) e um inspirado Ben Affleck em um dos melhores momentos de sua carreira.

Além das referências explícitas à outros filmes , citados diretamente temos ainda tiradas sobre vários outros , como uma hilária cena à "Silêncio dos Inocentes" e até ao próprio primeiro filme (tanto durante a cena do telhado, como diversas citações ao longo do filme). Poderia ter ficado de fora mais uma referência à "Butch Cassidy", lembrada por Hollywood quase que regularmente (seja em comédias B, à blockbusters como "O Homem Aranha".

Como em uma elipse, o final do filme volta a transbordar Nostalgia. O Saldo final é positivo, ainda que o filme não funcione sozinho e sim na esteira do primeiro, condição sine qua non para se apreciar o filme.


E como se é costume nos filmes do diretor não deixe de ler os créditos finais (algo bem ao estilo agradecimentos do Ultraje à Rigor) . E Smith se Smith sempre anunciava a volta da dupla Jay e Silent Bob, desta vez avisa apenas que eles voltarão algum dia (Mas isso tá na cara, não é Kevin ?).

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