segunda-feira, 4 de junho de 2007

No Fim do Mundo (ou pelo menos deveria ser)




Quando fui no ano passado assistir ao segundo filme da série Piratas do Caribe não esperava nada demais, pois já tinha odiado o primeiro. O fato de chegar atrasado no Cinema e ter que sentar no chão para não ter que esperar por outra sessão também não ajudava muito. E como dificilmente mudo de opinião, até que surpreendi por ter gostado do filme. Apesar de alguns aspectos mal resolvidos foi uma grata surpresa, afinal , o mínimo que esperamos de um filme pipoca é diversão. E isso o filme trazia.

Um ano depois, mesmo já me esquecido de vários pontos da trama anterior , fui enfim ver a conclusão dessa primeira trilogia da série. Mas o raio não caiu duas vezes no mesmo lugar. Não que esperava muito, ainda mais de um filme dirigido pelo Gore Verbinski (O chamado 1 e 2 , um Ratinho encrenqueiro), mas não esperava que fosse pior que o primeiro.


De cara, é um filme muito chato ! Se no segundo as criticas eram da excessiva duração ,que particularmente não me incomodou, pois o filme trazia humor e boas doses de ação (algo bem Indiana Jones, bem feitas) nessa terceira (e confusa) parte pode se dizer o mesmo, mas sem as atenuantes das cenas e do humor.

O filme é muito mal dirigido. Verbinski é um pessimo diretor. Não sabe como editar uma cena e não consegue trasmitir nenhuma emoção em vários momentos e me parece mais preocupado com os efeitos especiais do que outra coisa (deveria tomar aula com Spilberg ou Peter Jackson). Até a fotografia as vezes é mal usada, azulada e com excesso de informações em cena, tornado tudo muito confuso.

Confuso aliás é o roteiro. Se no começo do filme ainda temos a motivação de ver o resgate da personagem de Johnny Depp , depois que o mesmo ocorre, mais ou menos em meia hora de filme, não se sabe direito para que torcer no filme. Muitos personagens em cena, quase nenhum deles com motivações claras e as ridículas traições soam foradas ou feitas só para "encher linguiça" (e olha que nem precisaria disso em um filme de mais de duas horas e meia de duração).

Claro que o filme acerta em alguns momentos, como a cena de delírio do personagem de Jack Sparrow e a batalha de navios final, mas já é tarde demais para isso. E a personagem Calipso (apesar de uma cena bem feita qdo ela é invocada no final) é totalmente desnecessária á trama. Ficaria melhor se fosse no segundo filme, onde a história estava mais fresca em nossas cabeças.

De bom , a participação de Keith Richards (inspiração confessa de Johnny Depp para a composição da sua personagem) como o pai de Jack Sparrow. Boa maquiagem e rouba a cena, tocando até violão. E falando de Depp, desta vez ele está mais contido ainda do que no segundo, tornando a sua personagem menos memorável.

Alias, o filme é repleto de bons atores como Jonathan Pryce, Geofrey Rush, Bill Night,Chow Yun-Fat mas infelizmente traz como herói Orlando Bloom, um dos atores menos carismático e canastrão dos ultimos tempos. Se funcionava em O senhor dos Aneis era por que seu papel lhe caia bem, mas aqui prova que é um péssimo ator. Tomara que não aparece nas demais continuações (embora tenha minhas duvidas quando a isso, mesmo o filme dando a entender que não).

Bem, por enquanto está sendo um ano bem fraco já que suas principais apostas (Homem Aranha e Piratas) estão sendo decepções. Resta um terceiro Shrek para salvar as espectativas, embora não tenha o menor interesse de assistir nos cinemas.

Por fim, como todos acham o primeiro o melhor e o segundo um porre (de rum), vou mudar minha opinião (mas só em relação o segundo). A maioria deve estar certa, o segundo é chato. E acredito que vou morrer sem entender o sucesso dessa série. Fazer o que ?

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