domingo, 29 de abril de 2007

Luke ! Eu sou seu Pai !!

Quando eu era pequeno comprei um guia de filmes “especial para a garotada” escrito pelo Rubens Ewald Filho. Na época eu não me interessava necessariamente por cinema, mas a capa , com o Superman, a Mônica e o He-Man (!) me atraiu.

Depois de algum tempo eu já tinha decorado todas as críticas e informações do livro. Sabia tudo sobre filmes que eu nunca tinha visto. Era incrível como o autor conseguia transmitir o fascínio dele por cinema para a gente. Foi lá que aprendi que o filme não necessita ser perfeito para agradar, que pode-se gostar de “Scarface” por exemplo, mesmo reconhecendo suas limitações e excessos.

Tinha no livro uma foto do filme “Índiana Jones e o Templo da Perdição”, com o Harrison Ford (não fazia nem idéia de quem era na época) e a Kate Caphraw ma neve (revendo a foto hoje percebo que estão em um bote inflável, descendo o rio, mas tudo bem). Ela usava uma roupa branca e ele seu caracteístico traje escuro com chapéu. Porém na crítica dizia que ele no começo aparece diferente do filme anterior, de smocking branco, elegante e por algum tempo eu pensei que “a Indiana” fosse a kate Caphraw. Coisa de criança.

Na mesma época consegui uma fita de Atari chamada “Caçadores da Arca Perdida”. Não conseguimos jogá-lo direito e uma vez um amigo meu que tinha ganho um video recentemente conseguiu alugar à fita (pirata claro) , mas não conseguiu nenhuma informação que ajudasse no jogo. Naquela época as intermináveis reprises ainda não haviam tomado conta da televisão.

E foi também na mesma época que assisti a estréia na TV de “O Império Contra Ataca”. Me lembro exatamente do momento, na casa de meus avós, com a tv sintonizada na Globo, à noite. Ainda não existia a “Tela Quente”. Foi o filme que mais me marcou a infância e através do guia fiquei sabendo da existência de mais dois episódios da saga. E era muito difícil achá-los na época, pelo menos por aqui. Tinha apenas em uma locadora “O retorno de Jedi”. A febre das locadoras ainda estava no início, esta em questão fechou e eu não consegui assistir.

Finalmente, em Bauru, na casa da Avó de uma Tia que eu consegui maravilhado assistir a tão esperada continuação daquele final em aberto do capítulo anterior (uma ousadia na época e até hoje). Os Ewoks na época eram o máximo para a molecada. Hoje são ridículos.

E por fim consegui assistir ao primeiro dos filmes, o famoso “Guerra nas Estrelas” (hoje mais conhecido como Episódio IV – Uma nova Esperança, mas para mim o verdadeiro “Guerra nas Estrelas” e não “Star Wars” como quer o Marketing). Mas o melhor era sem dúvida o “Império contra ataca”, o primeiro de todos para mim. Vai ver é por isso que não acho estranho Ter de assistir aos novos episódios cronologicamente anteriores aos fatos mostrados na série antiga.
E finalmente estreava o “Retorno” na Tv. Foi o primeiro filme que passou na já citada “Tela Quente” . O segundo foi uma aventura chamada “A Fortaleza” (não me pergunte como me lembro disso) . Nunca soube nada sobre esse filme e nem conheço ninguém que o assistiu. Só sei que era sobre um grupo sequestrado e mantidos em um caverna.

Adorava me vestir de preto como o Luke Skywalker em o “Retorno”. Lembrei-me também de Ter tido uma mascara de Darth Vader que vinha no Nescau antes de saber do que se tratava. Nunca mais a achei. Carrego essa frustração até hoje.

Quando já nem tinha mais esperanças eis que finalmente George Lucas anunciou que iria completar a saga. Era a Guerra nas Estrelas Mania voltando à toda. Acompanhava as notícias pela Internet e depois de várias especulações finalmente estreou no final de Junho de 1999. Foi o dia em que nasceu a filha de um amigo e ele não pode ir assistir. Os tempos eram outros.

Foi emocionante quando as luzes se apagaram e depois de intermináveis traillers apareceu aquela frase em azul que topos estão carecas de conhecer. Por pouco mais de duas horas voltei a ser novamente criança, fato o qual mais admiro no poder do cinema. Um amigo que estava comigo no dia falava mal do filme. Ele não tinha assistido à série quando criança e não partilhava da mesma emoção. Hoje até compreendo ele. O episódio I é frio e sem vida. Não chega a ser ruim como muitos adoram massacrar, mas serve mais como prólogo para fãs da série. Não cativa muito.

Houve uma época, ainda no final dos anos 80, que consegui gravar o “Império” na TV. Em determinado momento já tinha visto ele 48 vezes. Hoje perdi a conta, mas não o vi muito no decorrer da década de 90 . No dia que os antigos estrearam novamente nos cinemas , em 97,em edições especiais cheguei a assistir os originais à tarde e depois ir ao cinema para ver as mudanças. Quando passou o “Retorno” decidi fazer algo que sempre tive vontade. Sentar-me nas primeiras fileiras para ver aquela cena de perseguição nas florestas de Endor de perto.

Para muitos é loucura, mas tenho pena daqueles que não tem como voltar a Ter aquela velha sensação legítima de voltar a ser criança outra vez.

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